domingo, 3 de agosto de 2014

A Segunda Guerra Mundial - Parte VII




Capítulo VII



Tal debilidade foi demonstrada a Hitler pelo Alto Comando, o qual passou por cima de todas as advertências. Bem ao contrário, deu ordens para que acelerasse ao máximo a concentração e a preparação das forças. A enorme distância entre os objetivos e a Wehrmacht se convertia assim no fator tempo, o qual seria fundamental para o sucesso da campanha. Era necessário conquistar Stalingrado e ocupar o Cáucaso antes da temporada de Inverno. Com base nessa necessidade o Fuhrer ordenou o início da ofensiva imediatamente – mesmo sem todas as unidades que nela deveriam participar.


Com a finalidade de minimizar esse problema, o Alto Comando decidiu que as operações de ataques fossem realizadas em várias fases e, que se iniciasse pelo norte, em direção à cidade de Voronesh. A essa ofensiva se seguiria um avanço das forças destacadas no setor central- em frente a Korkov. Essas unidades seguiriam ao encontro das outras que desceriam do norte aceleradamente ao lado das margens do Don. Com essa manobra de envolvimento visualizava-se o aniquilamento de grande parte dos exércitos soviéticos. Numa terceira fase a Wehrmacht da ala sul, irromperia frente a cidade de Rostov, na desembocadura do Don, e seguindo o curso do rio, fecharia o cerco juntamente com as forças que avançavam pelo norte: em frente a Stalingrado. Nessa última batalha o objetivo era destruir completamente as forças russas na frente meridional. Em seguida viria a ocupação de Stalingrado e a penetração final até o Cáucaso.

Este plano teve com base a suposição de que os exércitos russos manteriam suas posições e lutariam sem recorrer a manobras de retiradas. Somente assim, com essas premissas, é que se concretizariam as batalhas e o envolvimento previsto. Entretanto, não foram assim os acontecimentos: os soviéticos resolveram evitar um choque decisivo na margem oeste do Don e concentraram suas forças no Volga e nos contrafortes do Cáucaso. Assim, os alemães comprometeriam suas unidades, desprovidas de suficientes elementos motorizados e meios de abastecimentos golpeando o vazio, ficando expostos pelos francos a um inesperado ataque soviético. Nenhum desses perigos alterou a decisão de Hitler: levar adiante a ofensiva, que segundo suas palavras , culminaria com a maior vitória da história do mundo.

Os russos conseguem obter os planos
 Registro que no dia 18 de Junho de deste ano-1942, na bruma do amanhecer, um avião Storch das forças alemães sobrevoava as linhas de combate, a oeste da cidade de Voronesh. No pequeno aeroplano -  em companhia do piloto -  um oficial do estado maior da 23ª Divisão Panzer viajava com o objetivo de verificar e observar suas próprias linhas; era uma saída de rotina, mais uma entre muitas que se realizavam diariamente. O aeroplano sobrevoou paralelamente às posições alemães  e a zona ocupada pela 23ª Divisão Panzer; depois, antes de retornar à base, desviou-se da rota e se dirigiu na direção leste até as linhas russas: voava sobre a terra abandonada, a poucas centenas de metros das linhas germânicas, quando repentinamente pareceu estremecer , e em seguida caiu.


Pouco tempo depois era apenas uma massa de metal retorcido. Imediatamente, nas posições alemães,  se organizou uma patrulha para verificar de perto a ocorrência. Com a cobertura armada de seus camaradas os homens que compunham a patrulha percorreram, rastejando-se e à pequena distância  a aeronave, mas surpreendentemente entre os destroços da pequena aeronave não havia nenhum rastro de vida visível.
Por fim, depois de uma busca mais acurada aos restos, comprovaram os membros da patrulha que, no interior do avião, já não se encontravam os homens que o tripulavam.


A conclusão, lógica, tornou-se evidente: alguém se havia adiantado à patrulha. E esse alguém não poderia ser senão outra patrulha. Mas os alemães sabiam muito bem  que ninguém havia saído antes deles...nem depois... Voltaram, o mais velozmente possível e, nas suas linhas, comunicaram a novidade: A tripulação do Storch, viva ou morta, estava com as forças russas.Esta informação fluiu rapidamente aos  comandos da divisão até chegar ao Alto Comando. Este acontecimento assumiu grande importância e se converteu em comunicado de prioridade absoluta. Assim, chegou sem demora às mãos do Fuhrer.


Tomando conhecimento do fato Hitler reagiu com extrema violência destituindo imediatamente o General Georg Stumme, chefe do XL Corpo do Exército blindado. Stumme, imediatamente depois da destituição, foi degradado e submetido a um Conselho de Guerra de emergência. Muitos se perguntaram qual teria sido o motivo daquela reação, que logo foi compreendida: o oficial derrubado e capturado pelo exército russo no setor de Voronesh, levava entre seus papéis, os planos complementares e detalhados da iminente ofensiva que os exércitos alemães deveriam de4sencadear. Aqueles planos, portanto,  já deveriam estar sendo examinados pelos russos. A situação que se apresentava, era semelhante – em linhas gerais – à que aconteceu  na noite de 10 de Janeiro de 1940, quando horas antes dos alemães lançarem-se ao ataque contra a França.

Naquela situação, um avião da Luftwaffe, em que viajava o Major Helmut Reinberger, oficial de ligação das tropas aerotransportadas, perdendo o rumo, aterrissou nas cercanias da Cidade de Mechelensur -Meuse,  no território belga. Preso pelos guardas fronteiriços belgas, teve que entregar os planos que levava consigo: planos que detalhadamente mostravam as operações da invasão da França. Naquela ocasião, a existência de outro plano elaborado pelo General Von Manstein sanou o gravíssimo incidente. Entretanto o que aconteceu em Voronesh era irreparável.


O ataque


O desenvolvimento das operações se realizaria nas três grandes fases previstas:
A primeira se concentraria na Zona de Kursk, as forças pertencentes ao II Exército, ao IV Exército Panzer e ao II Exército húngaro.  O total era de 11 divisões de infantaria, 3 divisões de Infantaria Motorizada e 10 divisões húngaras;na região de Belgorod, por sua vez, se concentrariam os efetivos do VI Exército, de Von Paulus , com um total de de forças que compreendiam 16 divisões de Infantaria, 2 divisões Panzer e 1 divisão de infantaria motorizada. O sentido geral do ataque de ambos os grupos se orientava sobre o Don, em direção a Voronesh. Na segunda fase da operação, se orientaria o avanço das unidades para Millerovo,  objetivando o aniquilamento das forças inimigas sediadas no Oskol inferior e no Donetz médio

Uma observação especial: 
“Ouriços”

 Durante suas operações, no amplo espaço do território soviético, a Werhrmacht, ante a impossibilidade de manter uma frente contínua entre sua unidades, recorreu a tática das posições ouriço. Ao deter sua marcha, tanto no ataque como na defesa, as unidades alemães formavam um perímetro circular para assegurar a proteção de todos os seus flancos. Esse perímetro, ou ouriço, eram integrado por 3 anéis sucessivos: um , interior, no qual se colocava a artilharia, outro, intermediário, onde se situavam os tanques e as armas pesadas da infantaria ( morteiros, peças antitanques,  etc. ) e um terceiro, ou exterior, formado pelas trincheiras e ninhos de atiradores da infantaria.

Os ouriços eram sempre estabelecidos em torno de uma frente de água potável para que,  em caso de cerco e sítio prolongado, as tropas pudessem  contar com esse elemento vital. Os canhões eram distribuídos de antemão, em baterias ou peças isoladas, cobrindo cada setor do ouriço e se mantinham prontos para romper fogo. Deste modo, poucos segundos depois que as sentinelas da vanguarda  lançavam ao ar foguetes de iluminação , em sinal de perigo , uma dezena de projéteis explodiam com precisão matemática poucos metros adiante das trincheiras atacadas.  

Não somente a infantaria  contava com abrigos cavados na terra, mas também  na retaguarda , entre tanques e artilharia , construíam-se curtas trincheiras, de 2 a 5 metros de cumprimento, para que os soldados contassem com refúgios  adequados contra os ataques aéreos . Geralmente ao estabelecer uma posição “ouriço”, a infantaria tomava a seu cargo a totalidade das tarefas de segurança, deixando livres a tripulação dos tanques para que reparassem os seus veículos desgastados pelas contínuas marchas.

Continuando o relato sobre o ataque, e suas três fases previstas, confirmo que o I Exército Panzer , com 11 divisões de infantaria, 3 divisões Panzer , 1 divisão de infantaria  motorizada e 4 divisões romenas, devia atacar rumo ao nordeste e envolver o inimigo. A execução das .......

Continua no próximo capítulo.



" Aram, "quer por quer" se deslocar aos conflitos ( guerras):  Ucrânia e Faixa de Gaza. E , aí... ?????? "

Em breve : Cap. VIII