terça-feira, 17 de junho de 2014

A Segunda Guerra Mundial - Parte IV





Parte  IV


          Falta pouco para ás 07h00 e aproximam-se, voando à baixa altura, 400 Junkers transportando a primeira investida de paraquedistas. Muitas esquadrilhas de Stukas ultrapassa-os, acelerando seus motores. Durante alguns minutos realizam um último e destruidor bombardeio sobre Maleme e Conéia.            
          
 Em poucos segundos parte do céu cobriu-se das brancas coloras de milhares de paraquedas. Em terra os ingleses não vacilaram: entrincheirados em buracos cavados no solo rochoso , habilmente camuflados, abriram fogo com suas metralhadoras e fuzis. Os paraquedistas foram surpreendidos em meio à descida  pelas feroz descarga e, estão tendo terríveis perdas. O general Meindl, chefe do agrupamento oeste, cai gravemente ferido, enquanto que o general Süssmann sofre um acidente em sua descida e cai numa ilhota próxima à costa. As duas forças de ataque  sem seus chefes e dizimadas pelo fogo britânico,  procuram refugiar-se entre as rochas.
            

           Em Rethimon e Cândida , os alemães encontram também encarniçada resistência.  Muitos Junkers foram derrubados e companhias inteiras de paraquedistas foram atingidos pelas balas das metralhadoras britânicas.  Já está anoitecendo, mas posso ver que os  aeroportos ainda continuam em poder dos ingleses. Concentro-me na região de Maleme e vejo que os alemães – ao contrário de Rethymon e Cândida,  conseguiram finalmente apoderar-se das pistas. Era o que o general Student queria.  Ele, ao receber a notícia  que perdera seu posto de comando em Atena, deu ordens para todas suas forças se dirigirem para àquela base.
É madrugada do dia 21. Volto a concentrar-me em Maleme  e vejo que  vários Junkers  aterrissaram numa de suas praias. Estão se abastecendo de armas e munições, além de paraquedistas.  Algumas horas se passam e posso ver  Aviões Junkers  carregados de caçadores montanheses desafiando o fogo antiaéreo britânico  e pousam loucamente sobre as pistas.  Eles conseguem superar a crise: já é alvorecer e Maleme fica totalmente em mãos dos alemães.
  

A ilha é ocupada


          -Estou agora no dia 22 de Maio: a batalha entra em sua fase culminante. Ontem à noite três cruzadores e quatro destróieres ingleses haviam conseguido interceptar, ao oeste de Creta, uma das flotilhas que conduziam reforços para os alemães que estão em combate na ilha.  Uma lancha torpedeira italiana enfrentou valentemente as naves atacantes e conseguiram proteger a retirada de parte das embarcações que transportavam as tropas,  entretanto não conseguiu impedir que os cruzadores britânicos afundassem 10 transportes.
            
           A Luftwaffe, então, atacou e,  durante todo o dia bombardeou encarniçadamente os barcos britânicos e conseguiram afundar os Cruzadores Gloucester e Fiji, assim como o Destróier Greyhound. Neste bombardeio, o encouraçado Warspite sofreu graves avarias.  Os Stukas – no  dia seguinte – renovam seus ataques e conseguiram afundar, ao sul da ilha, os destróieres  Kashmir e Kelly.
           

        A frota inglesa, apesar das terríveis perdas continuam operando em águas de Creta e impede o reforço alemão aos paraquedistas. Em terra, entretanto, a luta se apresenta favorável aos invasores. Já é noite e o comando das forças concentradas no aeroporto de Maleme é então assumida pelo general Ringel . Ele ordena que seja iniciado o avanço para o oeste  em direção a Canéia . As forças de caçadores e pára-quedistas se deslocam através dos contrafortes montanhosos e das planícies da costa e conseguem estabelecer contato com o grupo central neste  que já é o dia 23 de Maio de 1941. Em Canéia,  Freyberg,  o general britânico, apressou-se na resistência aos ataques e concentrou suas forças em torno da cidade. Reforçados por novos contingentes os alemães desembarcados pelos Junkers lançam-se ao ataque. Mais uma vez o que vejo é horrível. Bem...vou me concentrar e avançar mais quatro dias neste tempo. Lorac, aproveito para registrar que me sinto bem e conseguindo melhor controlar minhas emoções.


          - Sigo com meu relato e confirmo estar - de acordo com meu marcador – no dia 27.
Após esses quatro dias de intensos combates, constato que os alemães conseguiram quebrar a resistência britânica. O general Freyberg e seus comandados abandonam o combate e partem em direção da costa meridional da ilha. Neste local, a marinha inglesa está concentrada e, em seu ultimo esforço, conseguindo resgatar os soldados. Me aproximo e consigo ler o relatório do comando. Nele está escrito o resgate de 15.000 soldados. Ergo-me às alturas e olho na direção norte. Vejo que o general alemão Ringel completou a ocupação da ilha juntamente com os extenuados grupos de paraquedistas que estavam entrincheirados em torno de Rethymon e Cândida.
            

           Os alemães venceram nesta região. A batalha chega ao fim. De acordo com seus relatórios esta vitória custou milhares de vidas, entre elas 6.000 paraquedistas e caçadores mortos pelo fogo britânico, além dos restos calcinados de 151 trimotores Junkers  espalhados sobre o solo de Creta.


 Resultado do combate


          Os alemães, com a ocupação da ilha de Creta, conseguiram uma base de extraordinário valor estratégico no Mediterrâneo, pois ali estando, poderiam atacar as rotas de navegação britânica e suas bases aéreas e navais no Egito. Creta também poderia ser o trampolim para o envio de tropas ao Oriente Médio, região que de acordo com seus relatórios estavam desguarnecidas.
Lorac, de acordo com nosso roteiro, vou avançar até o mês de Julho.

-Aqui estou junto ao comando: vejo um manifesto. Nele, Hitler, após verificar a extraordinária vantagem que a posse da ilha lhe oferecia diz ao General Student: “Creta serviu para demonstrar que os dias das forças pára-quedistas já pertencem ao passado...A arma pára-quedista não é mais um  instrumento de surpresa...” O ditador havia se impressionado com as sangrentas perdas sofridas pelos pára-quedistas na campanha. Ele tinha, em realidade  razões de sobra para supor tal coisa, afinal as unidades aerotransportadas alemães haviam suportado terríveis perdas durante a campanha. Os alemães quando planejaram o ataque avaliaram mal o poderio da guarnição aliada, cujas forças eram três vezes maiores que seus cálculos haviam previsto. 

Além disso, os ingleses tinham habilmente conseguido camuflar sua embaraçada rede de redutos e trincheiras construídas na montanha e em torno da das bases onde desceram os paraquedistas alemães.
Esta vitória conseguida a este alto preço não iria acontecer novamente. A partir daquele momento àquelas forças não seriam mais utilizadas em operações similares, devendo atuar, no entanto, como simples tropas de infantaria e assim sacrificar apenas suas verdadeiras possibilidades.


A força inglesa e seus aliados, por sua vez, também souberam tirar proveito da lição, compreendendo o valor das forças aerotransportadas e iniciaram a organização deste tipo de força. A batalha de Creta demonstrou também que o domínio do mar depende muito da conquista do espaço aéreo. Forçados pelas circunstâncias os britânicos não vacilaram e, apesar de não terem suficientes efetivos aéreos, colocaram seus Navios de Guerra na defesa da ilha e assim, conseguir evitar o desembarque dos alemães pelo mar e resgatar 15.000 soldados. Mas pagaram um alto preço. Os aparelhos da Luftwaffe, operando livremente, afundaram três cruzadores e seis destróieres e avariaram seriamente os encouraçados   Barham, Warspite, Valiant, o porta-aviões Formidable e outros nove cruzadores e destróieres. Terminada essa luta no Mediterrâneo Oriental, a frota comandada pelo Almirante Inglês Cunningham fora reduzida a dois encouraçados, três cruzadores e dezessete destróieres.


 Não percam!
 Em breve: Parte V.




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